terça-feira, 14 de agosto de 2007

[conto] Wind beneath my wings



Chuviscava.
As finas gotas encobriam como uma nuvem a maior cidade da Noruega. Estava lá, entre as grandes colunas da Galeria Nacional de Arte, procurando um lugar para se esconder.
Os cabelos meio molhados mostravam que estava lá há algum tempo. Segurava um pacote borrado, a tinta fresca escoava para o papel pardo.
_Vai estragar... Droga – reclamava baixinho enquanto retirava com cuidado o papel que o cobria, afastando também as gotas que insistiam em dar seu toque final à obra. O quadro era feito à tinta óleo, e a pintura enodoada acometia às lembranças.
Borrado, era como sua vida, nada mais que a união de matizes alheias, de nuanças que cobriam seu céu, pintando flâmulas de saudade, escoadas da gradação de suas lágrimas, como aquelas que caiam agora.
Seus dedos deslizavam pela tinta, talvez pudesse moldar ali novos ventos para suas asas quebradas, a tinta estava com um colorido afável.
Nunca mais veria... Nunca mais sentiria... Pensava enquanto remexia no desenho. Como seria possível? Estava tudo perdido e chovendo.
Chovia.
As angustiantes águas caiavam seu sorriso, como aquele céu, já não tinha cor. Suas roupas estavam encharcadas. Tinha que procurar outro lugar para se esconder da chuva.
Deixou as colunas, seguindo com a cabeça baixa, a passos largos passou pelas escadas e parou em frente ao grande edifício. Onde estava você? Procurava com os olhos de um lado para o outro, já não havia muitas pessoas lá.
A noite caia devagar, um tempo eterno enquanto aguardava. Todo o dia pintava um novo quadro, porque sabia que confiaria ao menos um deles, e queria que fosse criticado, como sempre acontecia.
“_Por que você não espera o quadro secar antes de me mostrar?” - Você nunca entendeu. E não entenderia. Isso lhe inspirava cada vez mais, se esse não fosse aprovado, ainda havia tempo de mudá-lo. Não, jamais entenderia e sorria contente.
Procurou novamente. Tinha alguma esperança, que a qualquer momento saísse aquela silhueta exuberante de alguma sombra calcificada. Acreditava que apareceria. Ansiava então no mesmo local, todos os dias... Chegou certas vezes a ter dúvida, quando as horas passavam e o frio começava a incomodar, adoecia funesto na noite nebulosa. Mas essa dúvida permanecia apenas por instantes, pois no outro dia estaria lá da mesma maneira.
Estava muito frio. Olhou novamente o quadro. Suspirou. Era uma bela arte. Tudo bem, ainda daria tempo de mudar. Mais alguns minutos...
Cinco, vinte, quarenta minutos se passaram. Mais um pouco... Olhou para o relógio. Uma hora. E decidiu ir embora, jogando o quadro em uma lixeira próxima, já era o oitavo...

Lucy - 14/08/07

terça-feira, 20 de março de 2007

[conto] O limite entre Soprano e à Oitava de um Piano


O limite entre Soprano e à Oitava de um Piano


Era tênue voz que ecoava pelo teatro, acompanhada pela beleza e maestria de um pianista que a cada nota tocada, eclodia a paixão nos corações de sua platéia. O dueto era famoso e a sincronia não acontecia apenas no lado profissional, entre eles havia uma amizade perpetuada por anos.
Quando a cortina caiu para um ‘break’, o pianista acariciou as teclas com uma delicadeza única, quem o visse imaginaria que aquela era sua desejada mulher, tamanho cuidado expressava àquele piano. Tinham tempo até a próxima apresentação, foi servido bom vinho à vocalista, seria bom pra amaciar sua voz, ela sorvia aproveitando o paladar agradável que lhe proporcionava, não que se considerasse uma ‘sommelier’, mas conhecia de bons vinhos. Recostou seu corpo na cauda do piano, tentando relaxar.
O pianista retirou um sofisticado isqueiro de ouro do smoking e tamborilava com ele entre os dedos, antes de colocar na boca o cigarro e após algumas tentativas acendê-lo. Tragou profundamente e jogou a cabeça para trás, soltando a fumaça para cima. A nicotina o acalmava.
A jovem o observava a certa distância, sabia que ele era um boêmio e isso de certa forma a atraia, há muitos anos que seu coração batia por ele, em época passada existiu um romance, no entanto não durou, o coração volúvel que ele possuía não permitia um intenso amor por mais de quinze dias. Contudo ela o amava, sim... Amava. Porém bastava-lhe a alegria de compartilhar a música que ambos apreciavam. Conheceram-se na faculdade, quando os dois muito jovens, sonhavam com um futuro promissor, não que reclamasse de seu presente, faziam shows e espetáculos formais em vários lugares e eram reconhecidos, mas pra ela faltava algo mais, dentro dela existia um vazio há muito tempo.
O músico levantou-se, fumava com elegância, seus escuros olhos penetravam os dela, ia aproximando-se como um animal faminto. Deslumbrada, a jovem não compreendia aquele olhar enigmático.
_Devia parar de fumar, sabe que sua saúde já está comprometida. – Tentou começar uma conversa a fim de desviar o clima daquele momento.
_Pararei, quando você deixar de beber mon amour.. – completou sorrindo. Ele sabia do anseio dela pela boa bebida, por causa da música ela se viciou em vinhos, e sozinha sabia que ela mergulhava em um mundo de álcool que a satisfazia. Por isso mesmo, era como dizer que nunca deixaria o fumo, mesmo que este acabasse com sua fama, sua vaidade ou sua vida.
_Vícios...Cada um com seu... E sem sermões, por favor, my lady...-Retrucou ele por fim. Ela deixou o cálice sobre o piano e sorriu sentindo-se vencida.
Aqueles olhos misteriosos a devoravam a cada passo que se aproximavam. O que queria afinal?
O pianista a envolveu em um abraço, fazendo o corpo da garota vibrar com o calor que emanava dele. Suas mãos ávidas adornavam sua cintura, a bebida começou a subir-lhe a cabeça e o cheiro desagradável do cigarro que saia de sua boca a entorpecia, será que ele queria retomar o que um dia deixaram para trás? Ele ainda a amava e almejava outra vez pertencer a ela?
As mãos trêmulas acariciaram rosto daquele ser bem amado. No entanto, o sorriso dele era obvio demais para pensar em uma retomada de amor adolescente. Luxúria era isso que ele aspirava. Quem sabe soubesse que nos braços dela sucessivamente encontraria um espaço reservado. Mesmo que ela tivesse outras pessoas, seu coração lhe pertencia, isso lhe dava o direito de voltar à hora que quisesse. Os olhos tornaram-se vítreos, suas mãos vivas acariciavam seu corpo e podia sentir sua lascívia avolumar-se.
Claro que o desejava, todavia ela não queria apenas seu corpo, aspirava por seu coração, por aquela alma apaixonada que ele tinha quando tocava, quando o transe da música lhe invadia. O longo vestido que a vocalista usava era ligeiramente tirado, o pente de pérolas que segurava seus cabelos louros em um penteado bem feito fora retirado com pressa, ele segurava sua nuca enquanto beijava seu pescoço com voracidade. Com uma das mãos levantou-a do chão, colocando-a sobre o piano, apertavam-lhe as pernas e procurava faminto por prazer. A boca úmida descia pelo colo nu da jovem, que assustada apenas respirava ofegante. Uma aversão tomava conta de seu coração. Ela procurava os olhos dele, que insistiam em fugir da direção dos seus. A força dele estava machucando não só seu corpo, mas feria sua dignidade. Era apenas desejo? A queria apenas por tudo que passaram, por tudo que foram um dia. Ele certamente estava insatisfeito com alguma virgem recatada e vinha aos seus braços encontrar alívio. Mas e seus sentimentos? Ele não se lembrava que ela também era mulher... E como uma virgem seus sentimentos eram sinceros e castos.
Os ardentes beijos subiam pelo seu rosto, chegando ao lábio vermelho, manchava o baton pela pele alva. Ela estática não correspondia àquela farsa. Com a rejeição, finalmente ele despertou.
_Céus... O que estou fazendo... – O rapaz afastou-se contemplando a cena com a mulher semi-nua a sua frente, jogou para ela o paletó para cobrir a visão do corpo da moça. Sem jeito, ela segurou o paletó, sem saber o que falar ou o que pensar. Colocou novamente o vestido, soltou os cabelos, fazendo o melhor que podia em um novo penteado improvisado. Com um lenço retirava as manchas de baton da pele, retocou a maquiagem e pintou ali um semblante sereno.
Ele regressou ao piano e acariciava as teclas cor de marfim, enquanto ouvia os passos das pessoas voltando aos seus lugares no teatro. Não se atreveu a olhá-la novamente.
Quando as cortinas se abriram, ela estava impecável, com um lindo sorriso no rosto e com uma gota de uma lágrima que insistia em não desaparecer, estava fixa em um dos seus olhos, entretanto lágrimas não iriam cair, segura-las-ia por sua honra, por seu orgulho ferido. O show tinha que continuar, como se nada houvesse acontecido.

Lucy – 18-03-2007.

domingo, 11 de março de 2007


"Or tu chu se', che vuoi sedere a scranna
Per giudicar da lungi mille miglia,
Con la veduta corta d'una spanna"

"Quem é você, tão presunçoso,
pensa que é para julgar de coisas tão elevadas,
com a curta visão de que dispõe?"

A divina comédia.

[música] Cidadão


meu pai tava ouvindo essa musica hj e adorei simplesmente a letra, apesar de não ser do meu gosto musical eh otima para refletir, quem tiver paciencia pra ler nao se arrependerá!
Cidadão
Edson e Hudson
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição,
era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje, depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
Que me diz desconfiado:
Cê tá ai admirado, ou tá querendo roubar?
Meu domingo está perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Veio pra mim toda contente:
Pai, vou me matricular
Mas me diz um cidadão:
Criança de pé no chão aqui não pode estudar
Essa dor doeu mais forte
Nem sei porque deixei o norte
Então me pus a dizer
Lá a seca castigava
mas o pouco que eu plantava
tinha direito a colher
Tá vendo aquela igreja, moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Mas ali valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse:
Rapaz, deixe de tolice
não se deixe amedrontar
fui eu quem criou a terra
enchi os rios e fiz as serras
não deixei nada faltar
hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

quarta-feira, 7 de março de 2007


Talvez quando você lembrar em querer-me, eu já tenha encontrado alguém que me queira.Talvez quando precisar de mim, eu já tenha perdido a vontade de te ajudar.Quem sabe quando você lembrar que eu existo, eu já tenha desaparecido do seu caminho.Se por um acaso algum dia você queira me amar, talvez nesse dia eu já tenha transformado esse amor em amizade.Quando seus olhos sentirem falta de uma luz e você quiser me ver, talvez eu já tenha ido a procura de outro que me queira o quanto eu te quero.Talvez quando nossos caminhos brilharem por uma só estrela, eu já tenha outro amor em meu coração, mas mesmo assim será bom reve-lo.Quando cair na real que me teve ao seu lado e a seu alcance, então pedirá a Deus que não mude nossos caminhos e me não me lance para os braços de outro.Não seja tolo um dia em pensar que eu sofro por você, porque esse dia veio e foi a muito tempo.E se um dia você sentir que está sofrendo por um amor não correspondido, console-se, pois um dia eu sofri pelo seu.E se um dia você sentir que está amando, sorria! Pois nesse dia deixarei de pensar que você é tem o coração gelado.E se depois de tudo isso que escrevi você continuar não entendendo que quero dar uma chance a nós dois. Mas se conseguir entender o que escrevi, não sei com quantas palavras vou conseguir dizer o quanto...
...EU TE AMO...

domingo, 4 de março de 2007

Poeminha da Madrugada

E agora,
Ao chão caí com as asas sangrando
Já não poderia mais voltar
Pecados e cinzas trazem um novo caminho

E agora,
Sinto-me tão leve...
Flutuando sobre o escuro mar,
Pairando sem respirar...

E agora,
Diante de seus olhos,
Sou um mar sem porto,
Um universo em repouso, sem estrelas para me guiar .


By: Allan & Lucy
04/03/07

quinta-feira, 1 de março de 2007

[conto] Pela Eternidade


Pela Eternidade

Se você reparar bem enquanto caminha pelas noites em Florença, notará que existe seres que muitos desconhecem, seres diferentes de tudo que podemos esperar. Não apenas lá, mas em todo este vasto mundo. Criaturas superficialmente parecidas com os humanos, que até mesmo que um dia o foram... Mas que hoje algo os difere.
O que seria mais importante para estes seres? Poder? Riqueza? Influências mundanas? O que haveria necessidade em um corpo em estado de aparente vida?
Havia muito tempo em que eu procurava essas respostas. O que falta em mim? O que faltará para mim? Durante noites, fiquei sentado nos degraus da catedral di Santa Maria del Fiore observando sua cúpula e a torre do sino... Aquele lugar me trazia serenidade, e quem sabe lá poderia então descobrir mais sobre mim.
Creio que caminhei sobre essa terra tempo suficiente para saber julgar o certo do errado, entre bem e o mal. Na verdade, cansei desta vida de peregrinação. No meu corpo corre uma história de muito tempo, uma historia que estou disposto a por um fim.
Nas primeiras horas noturnas estava decidido. Chovia. Somente eu sabia o quanto àquelas gotas ansiosas a lavarem o chão inflamavam minha alma excomungada, do desejo de chorar... Lamentar... Sobretudo, a sensação que eu tinha era que esses desejos pareciam cada vez mais distantes... Como se nunca os tivesse sentido outrora.
Caminhei por entre as alamedas ainda cheias das pessoas que ali trabalham. Preocupadas apenas com suas degradantes vidas, uns voltavam para casa, outros fechavam suas grandes lojas. Ouvia também o soar do sino chamando para a missa das 19h. Fiquei a pensar em como a vida é inconstante. Os objetivos e sonhos de uma vida poderiam ser simplesmente rompidos pelo toque da morte. As promessas de amor eterno, quebrados pelo lívido brio cadavérico. O que tive de humanidade, hoje se perde em mim pouco a pouco. Entretanto, as lembranças... Estas ficaram marcadas na alma.
Durante muitas noites, desde o meu renascimento, deliciei-me impelido pela constante fome. O pecado da gula, como é chamado pelos humanos. Alegrava-me sentir o sangue quente e fresco correr nas minhas veias, a vida que esvaia de um corpo, sustentava minha eternidade. Aquecia-me, enquanto minha vitima se deleitava no êxtase da morte. Contudo, o desejo aos poucos diminuiu, não necessitava de tanto quanto consumia.
Apeguei-me então a riqueza e outras novas diversões, como uma criança que ganha um brinquedo novo, podia ter o que desejasse, jóias, obras de arte e ate mesmo pessoas. Nessa época eu aprendi sobre o mundo e a sua sabedoria.
Havia tempo para todas as coisas sobre a luz da lua e das estrelas. Mas nada completava o vazio que persistia em mim. Por anos procurei preenchê-lo, durante a procura a loucura me envolveu, sim... Tive tempo para isso, varias e varias vezes. Emudecia a constatar a minha própria desgraça.
Há quantos anos isso já durava? Suspendi minha mão esquerda observando que mesmo após tantos anos de condenação, ainda guardava o selo dourado de uma santa união.
_ Elisabeth... – sussurrei.
Uma adorável mulher, a primeira e única pessoa por quem meu coração se apaixonou. Nem dei por mim, quando saí da catedral e sem perceber deparei-me em frente a nossa antiga casa. Será que você ainda poderia morar ali? Creio que não. Mas estar naquele lugar me fazia lembrar dos seus cabelos ruivos, seus olhos verde-mar. Que eu adorava contemplar, e ate mesmo seu perfume, doce... Que me entorpecia. Agora eu entendo o porque de ter tanto medo de te perder. Eu senti e ainda sinto algo que não tem precedentes na minha história. Eu sentia que por você poderia vencer guerras, apenas para lhe resgatar. Por que, perto da sua... Minha vida não valia nada. Será isso o que chamam de amar verdadeiramente?
Mas eu tinha medo de ficar sozinho... Medo que você me deixasse, que nossas núpcias tivessem um fim. E eu a desejava para a eternidade. Por isso procurei a maldição, o que causou o que mais tinha temor. Você não desejou partilhar uma eternidade comigo e seguiu com sua vida mortal. O que você decidiu estava decidido, não poderia mudar... Meu destino era prosseguir em frente... E foi então que nos perdemos.
Entrei pelo quintal. Caminhei por entre o jardim e contemplei as rosas murchas. Certamente não tinham mais suas delicadas mãos a lhes cuidarem. Virei-me, decidido a entrar em nossa antiga morada. Mas vi um vulto vindo em minha direção. Emudeci ao contemplar seu semblante a me observar na penumbra. Sobre a luz da lua cheia você estava tão diferente.
_Edward? – Ela me observava com olhos amargurados.
O que eu poderia dizer a ela? Aproximei-me, acariciei-lhe o rosto, minhas gélidas mãos tocavam aquele corpo que um dia fora cheio de vida...
_Porque... Aparece novamente aqui depois de 30 anos Edward? – Ela derramava lagrimas ao dizer essas palavras. E eu em minha insânia, apenas fitava aquela pele flácida. Não queria permitir que ela continuasse a viver daquela maneira Em um impulso, lembrando de um passado cheio de beleza e alegria, vendo aquela mulher agora tão frágil, concebi mais um pecado.
Apertei-a contra o peito, beijei-lhe os lábios opacos, deitando-lhe na grama seca, no aperto daquele abraço, um último beijo de amor. Naquela noite, morria meu último suspiro humano. Nos lábios dela a alegria de uma partida abençoada.
Para mim, o tempo começou a correr novamente. Para ela esse tempo parou na eternidade.
_Viva comigo eternamente, meu amor.


-by Lucy.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

[Conto] Marcas


Passei esse conto pra algumas pessoas, mas eu acabei reformulando por achar que o contexto temporal tenha ficado um tanto ruim!
Essa historia conta sobre minha personagem de RPG e na verdade seria um episodio aleatorio apos a verdadeira historia, q um dia irei escrever srsrsrs, preciso de muita coragem pra colocar ela no papel, bem vamos a historia.
*Marcas*

Houve um grande silêncio quando Alina recebeu a trágica notícia. Um rapaz tinha dizimado uma aldeia inteira, sem nenhum motivo aparente, ninguém sabia quem era o culpado. Mas ela tinha uma suspeita, Blashter ...
Ele sempre foi conhecido por ser o mais bravo guerreiro, nas aldeias que passava não deixava de ajudar a quem precisava e tinha um doce sorriso àqueles que passavam. Era amado e respeitado por todos. Ninguém poderia imaginar que aquele ser tão angelical pudesse cometer tal crime. Ela pensava...por quê ele faria isso? Mas ao passar por ele, ninguém imaginaria...
Ao anoitecer, Blashter estava próximo ao rio, dentro da floresta, onde gostava de meditar, seu lugar favorito. Rente ao seu corpo jazia sua espada banhada pelo sangue inocente, lá ele olhava o percurso das águas, imaginando que tanto elas, quanto ele, com o passar do tempo jamais seriam os mesmos, e era verdade, havia muito tempo em que Blashter não sorria, não era mais a amável criatura de antes. Seu olhar tornara-se vítreo e distante. O amor das pessoas se transformara em temor. E a solidão era sua fiel companheira.
Ele era belo, muito belo! Tinha uma pele perfeita, os traços bem desenhados. Sua presença era marcante. A voz e os movimentos davam-lhe certa sensualidade. Ainda assim, por dentro não parecia nem um pouco com sua aparência enganadora.
_ O que faz aqui? – perguntou ele com uma voz ríspida. Alina o observava, ela sabia que o acharia ali.
_ Por que matou aquelas pessoas? - Respondeu com uma suave voz, quase infantil.
_ Meus dias estavam muito vazios. Um tédio...
_ Não é o único que sofre nessa terra, sabia? Você é um fraco!
_ E quem é você para me julgar...
_ Sofro por ver você nesse estado...Acredite, não vale a pena...
_Cale a boca! Você não sabe nada! A vida... As pessoas... É tudo muito dissimulado...
_ Você tem razão! Mas, nem todas as pessoas são más como as que te fizeram sofrer. Fui eu quem o fiz mudar tanto assim?
_ Alina, você é tão ingênua. Nem todas as pessoas são más? Pegue o homem mais humilde que conhece e ofereça-lhe poder. Em pouco tempo, terá um monstro dos mais sádicos na sua frente. Não, não foi você. – Ergueu-se desviando o olhar do da bela jovem que estava a sua frente. O sol extinguia-se por entre os montes, banindo de uma vez a luz do dia. A escuridão noturna tocou a superfície inquieta das águas, tornando o azul transparente do rio em uma mortalha escura. Ele olhou para o céu, sorriu satisfeito e caminhou entre as grandes árvores. – Você fez um grande bem ao me deixar.
A pequena elfa esboçava uma expressão de abandono.
_ Sabe quando você está andando, em meio a uma tempestade, e se depara com um abismo, e você tem que passar por ele? Já passei por muitos. E é justamente por isso que perecemos. Porque, quando derrotados, esperamos olhar para cima, e encontrar a face do que é grandioso, imponente. Mas seu olhar... Essa é a face que encara todos os perdedores não é?
_Você acha que não sinto o mesmo que você?
As muitas nuvens tornaram-se negras. E pequenas gotas caiam pesadas, sem destino. As águas do rio então, corriam com pressa. As gotas pareciam lágrimas...Sim, lágrimas que Alina já derramara tantas vezes, sem ninguém saber. – Eu... Eu não sabia...
Os dois se observavam, numa guerra de olhares nunca antes travada daquela forma. Notara que ela ficara vermelha de vergonha. Mas, não... Não poderia pensar em viver novamente tudo o que acontecera a eles outrora...

“Gostei muito desta garota... Alina... Seus enormes e belos olhos verde mar e seus cabelos azuis tão compridos... Seu jeito de menina sempre conseguia tirar o melhor de mim. E eu me apaixonei por ela, não uma, mas milhões de vezes”.- confessava para si mesmo.

Imóveis ficaram até o findar da chuva, perplexa não entendia porque tinha se jogado aos braços de Blashter, entre eles ela se sentia segura, e novamente feliz. Blashter observava a bela menina entre seus braços, sentia-se arder sem poder fazer nada...Mas aquela chance era única, para ambos.
Sutilmente tocou com a ponta dos dedos o delicado rosto de Alina, ela cerrou os olhos. Sentindo o coração apertado, a respiração ofegante, o tempo parado. Envoltos nos braços um do outro, perceberam que haviam se entregado a um tênue beijo. Alina receosa quis parar, porém seus lábios faziam o contrário. Era um sonho!
Um trovão anunciou que cairia uma nova tempestade, porém ninguém procurou por abrigo. Eles se olhavam perdidos. Blashter conhecia perfeitamente aquele sentimento. Confusão entre o sim e o não. Era um vazio na alma, uma dor impossível de se entender por mais que ele se esforçasse.
Por que vê-la ali, tão pequena, fazia seu coração sorrir? Por que os cabelos caídos sobre a testa lhe pareciam tão macios e bonitos? De onde vinha à vontade urgente de tocá-la e afagá-la, como se fosse perdê-la?
Não agüentaria aquela dor insuportável novamente. Um vazio que nada poderia preencher. Raiva, angústia, frustração...Amor! Ódio e amor. Duas faces de uma mesma moeda. Dizem que o ódio em sua essência é resultado do amor mais puro. Seria esta a razão? Odiaria tanto aquela menina, como um reflexo do amor insano que sempre sentira?
As delicadas mãos da elfa tocavam suas costas. Sentia seu calor, experimentava o perfume suave de rosas silvestres que ela costumava usar. Sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto e demorou a perceber que eram suas. Chorava por uma época em que acreditava que seria feliz, que tinha tudo o que queria. Ela era perfeita. Tudo o que sempre sonhara e vê-la ali parecia à resposta de todos os seus pedidos.
Tocou os cabelos sedosos e a puxou para junto de si, abraçando-a. O seu coração tremia, não sabia como explicar o turbilhão de pensamentos que invadiam sua mente. A entrega e a separação. Havia sempre duas escolhas, dois caminhos. Amor pleno, segurança, paz... Ódio, frustração, fraqueza, frio... E em um gesto automático afastou-a, fazendo-a cair sobre a grama molhada. As lágrimas rolavam pelo seu rosto, frias como as gotas de chuva. E ela sabia qual era sua resposta.
Deu as costas a Alina. Sentia suas mãos tremendo e um zumbido incômodo na cabeça. – O que estou fazendo? - Queria voltar certamente, mas era tarde demais. Caminhou passo a passo. Olhou de relance para trás e só enxergou o breu, como se a noite tivesse sugado todo e qualquer sinal de vida ao seu redor. Sabia que não podia mais tê-la. Confuso, ele estava perdido para sempre nas densas trevas. Partiu então, sem caminho, sentindo ainda o perfume dela nos seus lábios.

Lucy- 02/02/07.

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Interessante? Depende do modo como se olha.


Acabei de receber um scrap no orkut reclamando do tamanho dos meus posts e do conteudo dele, tipo.. não é que me ofende receber críticas, mas uso meu blog para desabafos, como se fosse um diario, se pra você não é interessante o que escrevo, nao me visite. Sei que existem pessoas assiduas que me visitam, e é destas que a opniao me importa, mesmo nao recebendo muitos comentarios, sei que essas pessoas lêen, e quando podem, mandam e-mail para mim me aconcelhando ou me consolando. Não que eu post aqui para isto, ou que seja uma forma impessoal de lhe dar com certos assuntos, apenas gosto de ter meu espaço e escrever o que penso.

Este blog nao foi contruido para ter popularidade, fala sobre mim, sobre meus problemas, aspirações, sonhos e amarguras.

Continuarei a postar, pessoas achando interessante ou não..

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

O mais importante...


Não costumanos pensar na falta que faria caso não tivessemos nossos pais, somente nas adversidades, quando os perdemos é que nos damos conta do valor significativo que tinha para nós.
Por que será que é tão difícil dizer 'eu te amo' para eles.. ou fazer uma simples declaração de amor. Chegar um dia em casa, abraçar e beijar com vontade... fazemos isso com quem gostamos, com uma pessoa desconhecida que nos apaixonamos, porque não somos capazes de fazer este gesto por nossos pais?
Ano passado, passei por muitos problemas familiares, que espero que este ano nao aconteçam novamente, mas o mais importante de tudo é que aprendi a dar um valor a mais nessas duas pessoinhas importantes na minha vida. Estas que fazem toda a diferença em cada escolha que eu faço. Que estão ali do nosso lado sempre, seja pro que for.
Durante a viagem, e minhas 14 costumeiras horas, longas horas, como disse no post anterior da pra pensar em muuuita coisa. E comecei a pensar nisso, o quanto esses problemas me fizeram amar ainda mais cada um deles e ver o que cada um tem de bom, o que cada um faz de melhor, e admirar, mesmo com os muitos erros de cada um.
E ai eu ouvi uma música, Pai, do Fábio Junior, antiguinha! mas que diz tudo! Colocarei ela logo abaixo. A letra dela me fez pensar, que faria muita falta perde-los. E que é sempre precido dar valor enquanto se tem.
*
Pai,
pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos,
pai e filho talvez
Pai,
pode ser que daí você sinta,
qualquer coisa entre esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz....
Pai,
pode crer, eu to bem eu vou indo, to tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer...
Pai,
eu não faço questão de ser tudo, só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você
Pai,
senta aqui que o jantar ta na mesa,
fala um pouco tua voz ta tão presa
Nos ensine esse jogo da vida,
onde a vida só paga pra ver
Pai,
me perdoa essa insegurança, é que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo, nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu
Pai,
eu cresci e não houve outro jeito, quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa e brincar de amor com meu filho
No tapete da sala de estar
Pai,
você foi meu herói meu bandido,
hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém ta sozinho, você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz.......
*
É, na longa estrada da vida a gente aprende muito. O importante é não esquecer desses ensinamentos, nao ignorar.. e ir sempre em busca de mais.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Amizade


“Amigos são jóias muitíssimo raras. Eles fazem você sorri e lhe dão apoio para que você tenha sucesso. Eles emprestam um ouvido, ele lhe elogiam e tem o coração sempre aberto para você”.


Li, a mto tempo, em algum lugar da net uma vez uma história sobre um garoto sempre que ficava nervoso era obrigado a pregar um prego numa cerca, dai entao ele perceu que era mais fácil se controlar do que ficar pregando pregos na cerca, e então o pai do garoto disse pra tirar os pregos da cerca, e a moral da historia era q a cerca jamais voltaria a ser a mesma. Quando você diz coisas com raiva, estas coisas deixam cicatrizes exatamente como os buracos da cerca.


Há alguns dias eu fiz uma merda dessas com uma amiga preciosa, difícil dizer como tudo começou, mas sei reconhecer qdo a culpa é totalmente minha.


Tenho notado o distânciamento da nossa amizade, principalmente do final do ano pra cá. Achei natural que já que está namorando não tenha mais tanto tempo pra vir aqui e fazer uma visita, mas enfim, sempre que tentamos conversar, a conversa não flui como antes, talvez por esse motivo ela sempre fale do namorado dela, pra preencher o vazio da conversa. Devo ter ficado enciumada, por notar que aquele elo poderia se perder, talvez pra sempre... mas ao contrario de tentar mudar isso pra melhor, eu acabei discutindo com ela por bobagem... bobagem mesmo, não havia motivo de falar nada daquilo que lhe falei por telefone, mas as vezes qdo nao entendemos nossos sentimentos o expressamos de forma errada.

Preciso muito mudar, todos precisam... o bom é que quando viajo, tenho tempo pra por tudo isso em ordem, as 14 horas na estrada de Brasilia pra São Paulo me dão tempo suficiente pra pensar e pra tentar arrumar uma solução... dificil é saber como agir depois.

O fato é que estou perdida, me sentindo sozinha, qdo todo o mundo desaba na minha cabeça não tenho ninguem pra me ajudar, ou ao menos pra ouvir... certa vez eu tentei conversar com ela sobre tudo isso, mas creio que tenha esquecido pq nao perguntou mais... dai entao eu nao sinto aquela preocupação e muitas vezes nao sinto liberdade pra falar o que sinto, uma vez ate comentei q me desistimulava a contar pq ela sempre me cortava no meio pra contar outra coisa... qdo é coisa relevante eu nao me importo, mas qdo dói aqui dentro, machuca sentir que vc nao é importante...

Talvez ela não veja nada disso que eu perceba, e alias, deve ver coisas alem tbm, afinal tenho muitas falhas, e erro muito. E tenho errado muito com ela.

As vezes penso em me afastar, afinal so faço mal tbm pra ela, ja que nao escuto com a devida importancia sobre o que acontece com ela e o namo...

Um ferimento verbal é tão ou mais ruim quanto um fisico.

Será que ainda da tempo de consertar esses buracos de cerca?

sábado, 13 de janeiro de 2007

Sambakza - There She Is!! Step 2: Cakedance

Para uma pessoa especial!!!! XD

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Vida - Parte 2

Está calor. Muito calor. Deus acordou e disse "hoje vai fazer calor em Brasília". Apesar da moleza que estou, hoje está sendo um dia de arrumação, da casa, guarda-roupa, livros.. tirei o dia pra dar uma geral por aqui, mas eu também quero ver filme e ainda tenho alguns trabalhos a terminar (quem me dera conseguir fazer essas 3 coisas ao mesmo tempo).

Todos os dias fazemos a mesma coisa, mesmas rotinas e de vez em quando fazemos coisas "especiais", pra dizer "oh, fiz algo diferente hoje".Eu sou uma pessoa teimosa, que apesar de depender muito da ajuda de outros, gosto de pensar e agir pela minha cabeça. Tenho objetivos e sonhos, porém não acredito que consiga fazer tudo sozinha.. quem consegue? Quem não precisa de ajuda? As vezes as ondas da vida nos levam a lugares que não queremos, mas que são necessários. O aprendizado é longo e esperar é muito mais difícil que agir.

Mas e o preço? Eu quero ir muito longe, eu quero ser alguém na vida.. mas sinto que estou sacrificando coisas pra isso. Eu não sei, as vezes me sinto confusa. Talvez eu não seja madura o suficiente pra entender, talvez eu não seja inteligente o suficiente. Tem muitas pessoas com quem eu gostaria de passar mais tempo, conversar mais e conhecer melhor. Mas ninguém tem tempo, agora nem mesmo eu e nunca pintam as oportunidades, que ficam cada vez mais e mais raras. Cada dia que passa parece que a gente fica mais e mais ocupado, e os próprios dias parecem cada vez mais e mais curtos. Sei lá, talvez por mais felizes que a gente seja, a gente sempre vai sentir a falta de mais alguém ou de alguma coisa. Há muitas coisas que eu quero mudar da minha vida. E não quero que fique tarde demais, não quero chegar a um dia e dizer "ah.. eu podia ter feito mais"... e cansa esperar.

É complicado quando você se sente impotente ao mundo, quando você se sente ficar para trás, e num momento desses você sempre pensa " eu posso fazer mais ". E quando quer fazer a diferença, o céu cai na sua cabeça, e seus planos viram pó. Ai lá vai eu, mais uma vez arquitetar meus planos e caminhos. Só espero que um dia desses eu acerte nele!

Mas não se engane. Não é fácil de explicar. A minha vida não tem sido o percurso naturalmente esplêndido que eu imaginava que pudesse ser. Ela me parece um título comum: honestamente estável, com mais altas que baixas, e gradualmente tendendo a subir com o tempo. E pensando assim, sei que nem todos podem dizer o mesmo da sua vida. Mas não se iludam. Não sou nada de especial e disto estou certa. Sou uma pessoa comum, com pensamentos comuns, e vivo uma vida comum. Nunca ganhei premios e o meu nome não é conhecido, mas amo uma pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim é mais do que suficiente. Minha vida pra alguns é um romance, para outros um drama. Para mim tem um bocadinho de ambas, e qualquer que seja o modo como se escolha olhá-la, não se altera o fato de que aqui tem uma grande quantidade do meu jeito e do caminho que escolhi percorrer. Não tenho queixas a fazer quanto ao meu percurso, nem quanto aos lugares aonde me levou, não queria que tivesse sido de outra maneira.Mas, quem sou eu? E como acabará minha história? Não sei...O tempo, infelizmente, não torna fácil o manter do curso. Acredito muito, que esse ano será um ano de realizações. E o fim de uma longa espera.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Vida


Vida, doce vida. Com todas suas alegrias, problemas, encontros, desencontros, enfim...com tudo o que ela nos oferece ou nos tira.
Muitas vezes não entendemos o porquê das coisas. Em muitas ocasiões achamos engraçado como tudo acontece tão de repente: algo maravilhoso pelo qual a gente esperava por anos a fio ou ainda algo muito tenebroso, como a perda de alguém que se ama. Tanto faz qual seja. O problema sempre é a perda.
Já pararam pra pensar sobre como nós humanos nos portamos diante das oportunidades que aparecem em nosso caminho? É bem verdade que a gente possa deixar oportunidades excelentes escaparem por entre os dedos: um emprego melhor, uma oportunidade de estudo, algo assim que a gente sabe que irá alcançar nossa vida, mas deixamos passar com uma idéia infeliz na cabeça: “Ah...quero algo melhor”. Eu me questiono “ Devo ficar parada esperando que as oportunidades venham até mim, ou eu devo lutar com todas minhas forças pelo que eu quero ou devo realmente lutar pelo que acredito, sem medo do que o mundo possa dizer ou fazer? Devo realmente me dar essa chance?”
O grande problema é que tudo na vida é relativo. Um dia você está maravilhosamente bem, sorri pra todos, recebe sorrisos encantadores de volta. No outro, você acorda com aquela cara de bosta, tropeça no chinelo, cai de cara na quina da mesa e aí pronto, seu dia de merda está decretado. Você não rende no seu estudo, você não rende no seu trabalho e até quando você vai atender seu celular, você diz “alô, quem me incomoda?”. Existem casos em que a gente só precisa de um sorriso, um abraço para que tuuuuudo que for problema vá pra caixa prego. E é realmente disso que eu quero falar. Sentimentos.
A vida é essencialmente composta por sentimentos. Você com certeza já sentiu um ódio desgraçado da menina mais popular ou bonita da escola, aquela que atrai todos os olhares e conseqüentemente pisam no seu pé por não prestarem atenção em você. E todo dia a mesma história até que você se cansa e finge que não liga mais. Porém, quantas vezes você também ficava admirando aquela pessoinha em especial, que só o jeito de te dizer “oi” já era o suficiente pra vc ter vontade de ir à aula todo santo dia (mesmo que a patty popular desse em cima dele)? O fato é que, sentimentos nos trazem uma força sobre-humana. Algo que a gente não explica de onde vem, mas que ela simplesmente vem quando precisamos muito. Como se você fosse um tanque e, quando você se enche, explode violentamente. Essa explosão pode ser positiva. Mas muitas vezes ela não é.
O que eu acho mais admirável na vida é a forma como ela se manifesta pra nós. São coisas muito, mas muito simples mesmo, mas que têm um valor especial, muitas vezes incompreendido ou ignorado. Algo que eu tento aprender é como reconhecer esses sinais. Eles sempre estão presentes, mas vivemos num mundo onde a pressa é algo indispensável. Dificilmente paramos pra enxergar quão maravilhosa a vida é.
Viver é muito bom. Mas melhor ainda é vc carregar a certeza contigo de que alguém em algum lugar se importa com sua existência, ou melhor, com sua vida. É muito bom deitar a cabeça no seu travesseiro e pensar nessa pessoa especial, e ter a certeza que essa pessoa pensa em você também. É muito bom ter a certeza de que alguém que vc ama te ama também, é muito bom ter amigos que amamos muito, isso sem contar nossa casa, nossa família.
Portanto, aprecie a vida que você tem. Se você não concorda com o meio em que vive, lembre-se: esta é uma decisão que está em suas próprias mãos. Ninguém poderá definir o rumo de sua vida, senão você mesmo.
Esse texto pode parecer meio sem sentido pra alguns. Mas eu tenho consciência que ele irá ser compreendido por pessoas especiais. Pessoas estas que me fazem muito feliz, pois me sinto aliviada só em saber que elas existem.