É mesmo assim?

Um dia eu te conheço... alguém que se aproxima de mim de uma forma diferente, meio carente. E você começa por entender tudo que eu digo, apóia tudo que faço, se interessa por tudo que eu penso e sonho. Aos poucos descubro que temos muitas coisas em comum. Cada dia que passa as conversas se tornam mais profundas, quando percebo já conto alguns segredos, já mostro minhas fraquezas, dúvidas e medos. E o tempo vai passando... E esses momentos juntos, cada vez mais aumentando. Começo a ter a necessidade de te contar as alegrias e eu desejo dividir cada fantasia. Falar das tristezas do passado, contar de momentos que ficaram marcados. Em todos os instantes quero a sua opinião pra resolver qualquer questão. Mais adiante quero falar das vitórias, mostrar as glórias, revelar os fracassos e exibir minhas histórias... E o tempo fica curtinho pra dar tanto carinho, receber tanto amor e esquecer qualquer dor. Esse alguém divide tudo comigo, sem restrições, sem questionamentos, por puro prazer e encantamento. Não vi quando estava completamente dependente dessa convivência, pois ela preenche toda a minha carência. Tenho a certeza que não existe mais ninguém como esse alguém. Ele sabe me dar atenção na hora certa e compreender nossas horas incertas. Ele divide comigo emoções, ilusões, sonhos e sensações. Ele se faz presente, mesmo quando não está junto de mim, através de uma canção, de um poema ou das simples batidas do meu coração. É... É amor!!! Surgem então batalhas a serem vencidas, lutas a serem decididas e todas vão sendo resolvidas. O coração dispara a cada vez que ele sorri, cada vez que ele me olha ou cada vez que me toca. Começo a ter desejos, sentimentos fulminantes que afloravam a todo instante. Misturam-se corpo e espírito... Uma louca sensação, irremediável questão. A cabeça não consegue mais raciocinar, perco o rumo das palavras, fico escravizada. Quando tudo está perfeito... Acontecem momentos de dor misturados ao amor. Deixa-me sem saber o que é certo, não percebo mais o que pode ser feito. Minh’alma vez por outra lateja na solidão, mas essa mesma alma que chora de tristeza, sabe também dar compreender e consegue entender toda a situação. A paciência é dom do amor, espera, portanto que termine a dor. Por novos momentos de euforia, a luz da paixão irradia nesse descompassado coração. Este, totalmente contaminado por esta única emoção. A procura da calmaria e da essência de que tudo possa ser só alegria, desacreditado coração volta a acreditar que o amor pode dar certo, se fortalece, vai se tornando mais e mais confiante. No fundo da alma, no entanto, eu continuo com muito medo, de voar, de me perder, e novamente cair... E calado grito que não quer morrer... Tão iludida que fui... Ou... Tanto eu me iludi por acreditar... Não conseguiria suportar mais uma dor, não conseguiria mais abrir as asas quebradas e me sobrepor à melancolia para novos ares conquistar. Chega um momento que é urgente que se faça algo para que esse amor não seja posto de lado... Mesmo longe... Mesmo perto... Mas lutar sozinha não adianta para ele sobreviver e de alguma forma vencer. O que me resta? A solução de viver num sonho silencioso, um futuro calado, que espera confirmação? Eu amo sim, agora com pressa, quero sentir, quero ver florescer. Minha essência em desespero não quer ter o receio de acreditar. Será que um dia, restará em mim só saudade? Restará somente em mim aquela vontade de fazer sempre mais e nem que seja só por um momento tentar mais uma vez ser feliz ou pelo menos fazer com que você saiba que foi o que eu mais quis...

...

Saberia você o que fazer depois que conseguisse o amor que almejava?