Chuviscava.
As finas gotas encobriam como uma nuvem a maior cidade da Noruega. Estava lá, entre as grandes colunas da Galeria Nacional de Arte, procurando um lugar para se esconder.
Os cabelos meio molhados mostravam que estava lá há algum tempo. Segurava um pacote borrado, a tinta fresca escoava para o papel pardo.
_Vai estragar... Droga – reclamava baixinho enquanto retirava com cuidado o papel que o cobria, afastando também as gotas que insistiam em dar seu toque final à obra. O quadro era feito à tinta óleo, e a pintura enodoada acometia às lembranças.
Borrado, era como sua vida, nada mais que a união de matizes alheias, de nuanças que cobriam seu céu, pintando flâmulas de saudade, escoadas da gradação de suas lágrimas, como aquelas que caiam agora.
Seus dedos deslizavam pela tinta, talvez pudesse moldar ali novos ventos para suas asas quebradas, a tinta estava com um colorido afável.
Nunca mais veria... Nunca mais sentiria... Pensava enquanto remexia no desenho. Como seria possível? Estava tudo perdido e chovendo.
As finas gotas encobriam como uma nuvem a maior cidade da Noruega. Estava lá, entre as grandes colunas da Galeria Nacional de Arte, procurando um lugar para se esconder.
Os cabelos meio molhados mostravam que estava lá há algum tempo. Segurava um pacote borrado, a tinta fresca escoava para o papel pardo.
_Vai estragar... Droga – reclamava baixinho enquanto retirava com cuidado o papel que o cobria, afastando também as gotas que insistiam em dar seu toque final à obra. O quadro era feito à tinta óleo, e a pintura enodoada acometia às lembranças.
Borrado, era como sua vida, nada mais que a união de matizes alheias, de nuanças que cobriam seu céu, pintando flâmulas de saudade, escoadas da gradação de suas lágrimas, como aquelas que caiam agora.
Seus dedos deslizavam pela tinta, talvez pudesse moldar ali novos ventos para suas asas quebradas, a tinta estava com um colorido afável.
Nunca mais veria... Nunca mais sentiria... Pensava enquanto remexia no desenho. Como seria possível? Estava tudo perdido e chovendo.
Chovia.
As angustiantes águas caiavam seu sorriso, como aquele céu, já não tinha cor. Suas roupas estavam encharcadas. Tinha que procurar outro lugar para se esconder da chuva.
Deixou as colunas, seguindo com a cabeça baixa, a passos largos passou pelas escadas e parou em frente ao grande edifício. Onde estava você? Procurava com os olhos de um lado para o outro, já não havia muitas pessoas lá.
A noite caia devagar, um tempo eterno enquanto aguardava. Todo o dia pintava um novo quadro, porque sabia que confiaria ao menos um deles, e queria que fosse criticado, como sempre acontecia.
“_Por que você não espera o quadro secar antes de me mostrar?” - Você nunca entendeu. E não entenderia. Isso lhe inspirava cada vez mais, se esse não fosse aprovado, ainda havia tempo de mudá-lo. Não, jamais entenderia e sorria contente.
Procurou novamente. Tinha alguma esperança, que a qualquer momento saísse aquela silhueta exuberante de alguma sombra calcificada. Acreditava que apareceria. Ansiava então no mesmo local, todos os dias... Chegou certas vezes a ter dúvida, quando as horas passavam e o frio começava a incomodar, adoecia funesto na noite nebulosa. Mas essa dúvida permanecia apenas por instantes, pois no outro dia estaria lá da mesma maneira.
Estava muito frio. Olhou novamente o quadro. Suspirou. Era uma bela arte. Tudo bem, ainda daria tempo de mudar. Mais alguns minutos...
Cinco, vinte, quarenta minutos se passaram. Mais um pouco... Olhou para o relógio. Uma hora. E decidiu ir embora, jogando o quadro em uma lixeira próxima, já era o oitavo...
Lucy - 14/08/07
As angustiantes águas caiavam seu sorriso, como aquele céu, já não tinha cor. Suas roupas estavam encharcadas. Tinha que procurar outro lugar para se esconder da chuva.
Deixou as colunas, seguindo com a cabeça baixa, a passos largos passou pelas escadas e parou em frente ao grande edifício. Onde estava você? Procurava com os olhos de um lado para o outro, já não havia muitas pessoas lá.
A noite caia devagar, um tempo eterno enquanto aguardava. Todo o dia pintava um novo quadro, porque sabia que confiaria ao menos um deles, e queria que fosse criticado, como sempre acontecia.
“_Por que você não espera o quadro secar antes de me mostrar?” - Você nunca entendeu. E não entenderia. Isso lhe inspirava cada vez mais, se esse não fosse aprovado, ainda havia tempo de mudá-lo. Não, jamais entenderia e sorria contente.
Procurou novamente. Tinha alguma esperança, que a qualquer momento saísse aquela silhueta exuberante de alguma sombra calcificada. Acreditava que apareceria. Ansiava então no mesmo local, todos os dias... Chegou certas vezes a ter dúvida, quando as horas passavam e o frio começava a incomodar, adoecia funesto na noite nebulosa. Mas essa dúvida permanecia apenas por instantes, pois no outro dia estaria lá da mesma maneira.
Estava muito frio. Olhou novamente o quadro. Suspirou. Era uma bela arte. Tudo bem, ainda daria tempo de mudar. Mais alguns minutos...
Cinco, vinte, quarenta minutos se passaram. Mais um pouco... Olhou para o relógio. Uma hora. E decidiu ir embora, jogando o quadro em uma lixeira próxima, já era o oitavo...
Lucy - 14/08/07